terça-feira, fevereiro 20, 2007

Maldição.

Havia, há algum tempo,
Algo diferente

Eu sei
Eu vivi
Conheci o que se perdeu

De todos foi roubado,
Do pobre ao rico
Todos sentiram
Falta do que morreu

O novo substituiu
O novo apagou
Um feixe intenso na mente
Cobrindo com ardor

Alguém sobrou?
Alguém percebeu?

A humanidade ainda nova
Já se perdeu
Confundiu-se
Sozinha

Eu sei
Eu vivi
Não era assim

Olhe ao redor do mundo
Eles também sabem
Não conheceram
Não sentiram plenamente
Impedidos foram
Pela violência e miséria

Olhe para eles
Eles também sabem
Tristes
Calados

Eu sei
Eu vivo o novo

Minha lembrança turva
Minha luta
Minha indignação

Sinto o novo
Ouço o novo
Faço o novo

Não quero
Mas faço parte

E quando eu esquecer?
E quando o último brilho morrer?

Sentirão falta os novos,
De algo que não conheceram?
Saberão eles que o que dizem
E o que fazem
Foi corrompido?

Não
Ninguém sabe

Mas eu sei
Eu vivi
E permaneço triste
Vendo o fim
Assim ...



Se o esquecimento é uma dádiva, a lembrança é uma maldição.

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