quarta-feira, setembro 26, 2007

A Barata Amada.

Uma barata rói
meu dedo enquanto
durmo. Acordo com
a raiva de um
soldado e com
o lençol a fuzilo.
Sem piedade.

A barata cai
no infinito atrás
do beliche e
durmo novamente,
preocupado. “Está
viva ou morta, depois
da mortífera pancada?”

O sono volta,
paro de pensar
na barata morta e
tomado sou da
realidade, do consciente.
Sonho com
minha amada.

Na conversa onírica,
debatendo o futuro, ajeitamos
destinos, plantamos
promessas, acordos.
Despeço-me formalmente,
respeitando imensamente
minha querida – sem beijos quentes.

No trabalho vou
sonhando em meio ao
caos, desordem e
impureza. Imaginando
o que, realmente,
foi sonho ou
realidade na manhã pitoresca.

Minha amada criou
asas e comigo
foi pelo dia
afora. E a barata,
falando, foi
o seu significado
interpretando.

No fim da noite, com a
barata ainda converso – minha
nobre realidade.
Passadas as horas
importantes, suspiro,
triste. E confesso-lhe a verdade:
“que falta sinto de minha adorada”.

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